O agronegócio no Brasil está diante de um choque de gestão. Chegou o momento de mudar e romper barreiras de competência e organização para encontrar uma nova fronteira para gestão agrícola. Segundo o administrador e consultor Claiton Vignatti Dani, da Conduz Soluções em Produtividade, o planejamento e o controle financeiro da safra é essencial para se ter bons resultados, uma gestão ainda mais essencial em momentos de crise. A gestão agrícola pode ser o trunfo para sua fazenda se destacar nesse momento de instabilidade.

“Uma das primeiras perguntas que eu fiz quando comecei a trabalhar com a administração rural foi: Quanto iremos produzir este ano? A resposta foi bem incerta: ‘Esperamos colher algo em torno de 30% a mais que o último ano, mas não há como ter certeza já que estamos bem no início’. Esta resposta já começou a me deixar umas séries de questionamentos. Ora, como posso fazer um planejamento de produção se não sei o quanto devemos produzir? Voltei a questionar: ‘Qual é o faturamento pretendido com esta colheita?’ A resposta foi novamente frustrante: ‘Bom, a expectativa é de que os preços se mantenham neste patamar, no entanto pode haver variações que não estamos esperando e elas podem ser bem abruptas’. Novamente fiquei sem saber o fazer afinal, como iria saber se o investimento seria compensatório se não temos o que iremos produzir e nem o valor de venda. E o problema se agrava já que boa parte dos insumos utilizados também sofrem do mesmo mal, variações abrutas de preços. E então, como poderemos planejar algo que se apresenta com um número considerável de variáveis que não temos controle? De que forma podemos chegar à viabilidade do projeto? Como podemos ver se o nosso dinheiro irá gerar riqueza neste empreendimento?”, conta Claiton.
Produtores e gestores de agronegócio, em todo o Brasil, cometem alguns erros que comprometem toda a lucratividade do negócio, além de gerar incertezas e dores de cabeça. Os principais erros são:
Não definir metas reais.
Não fazer um bom Plano de Ação, por desconhecer os métodos de análise ou falta de conhecimento técnico.
Não executar o plano de ação corretamente dentro do prazo.
A ocorrência das circunstâncias fora de nosso controle.

“No que se refere à incerteza da produção, o grande fator está em um dos insumos que mais impactam na produção e que, por vezes, não pode ser comprado e muito menos teremos a certeza de quando ele irá aparecer: a água. Desta forma a grande maioria das fazendas sofrem com o fato de que não conseguem saber ao certo quando, onde e em qual intensidade ela irá vir. E por não ter a certeza da quantidade da produção, a informação inicial é a quantidade de hectares, dividida em talhões, ou lotes, que serão utilizados neste projeto. A próxima informação será quase dada quase que concomitantemente, dada ao planejamento, as culturas que serão cultivadas nestas terras. Como terceiro passo, deverão ser pensados o planejamento das atividades executadas para o cultivo da terra definida acima, estas atividades deverão ser divididas em tarefas e, para estas, atribui-se os recursos de máquinas, mão-de-obra e insumos utilizados. Assim teremos definido o planejamento da quantidade de terra a ser cultivada, a cultura e os recursos que serão utilizados”, orienta Claiton.
Mas então, de que forma a gestão agrícola pode ajudar as fazendas da região a ter mais lucratividade e controle? “É preciso definir os custos variáveis com os valores de cada um dos recursos. E para esta atividade é necessário separarmos os recursos de transformação (máquinas e mão-de-obra) e os recursos transformados (fertilizantes, defensivos, sementes e etc.). É preciso também definir o faturamento. Neste caso, o nosso principal aliado é o histórico que temos. Temos que estudar como foi o comportamento da nossa produção nos últimos anos (quanto maior o horizonte temporal, melhor). Um ponto importante é avaliarmos com imparcialidade as produções, pois temos tendências a um olhar mais positivo ou mais negativo e isso pode fazer com que gastemos mais do que poderíamos ou menos do que deveríamos”.

Segundo ele, a variável a ser observada na alocação dos insumos é o preço, como muitos destes insumos são importados, ele sofre com a variação cambial e com diversos e incontáveis fatores ao redor de todo o mundo. Para reduzir a probabilidade de erro, pode-se fazer o planejamento em dólar e buscar as expectativas do valor desta moeda ao momento da quitação da dívida.
Após planejar, o controle será o espelho do planejamento. “Cada variável colocada no planejamento deverá ser controlada, para duas finalidades, a primeira para adequar a realidade a meta para aquelas que podemos modificar (consumo dos insumos, custos fixos e etc.) e para adequação a meta a realidade (preço dos commodities, surgimento de novas pragas e etc)”.

A metodologia exposta acima faz com que você avalie constantemente os riscos da operação e as mudanças nos cenários. “Sabendo que este negócio é de alto risco, temos que ter cautela e garantir que tenhamos uma disponibilidade de recursos de alta liquidez (caixa) para possíveis e prováveis eventualidades desta. Portanto, antes de imobilizar seus recursos pense, e se tivermos problemas? Sei que hoje muitos já estão sem este recurso, mas é hora de iniciar. Lembre-se de que o planejamento e o controle devem começar de imediato e sem hesitar, não é necessário acertar, mas é necessário que seja feito”.
Para conhecer mais sobre a gestão agrícola, leia o artigo “Agricultura, por que és tão diferente? no site da Conduz e entre em contato com a empresa:
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